domingo, 16 de dezembro de 2007

nevoeiro

Sob o manto de nevoeiro que se estende na noite ela se esquiva,achando-se uma adolescente em pleno acto de delito.
sai sem ser vista ou pelo menos assim o acha.
Sai á procura de afecto,de ternura de palavras novas,de emoçoes dessas maiores que a dor que sente.Sente-se livre e ao mesmo tempo condenada a ficar na sombra,na noite sob o manto de nevoeiro.
Tomou um daqueles banhos gostosos,perfumados.Passou no corpo aquele creme cheiroso,secou e penteou o cabelo o melhor que pôde,maquilhou-se,perfumou-se,vestiu-se e saiu.Saiu ao encontro de alguem sem rosto,sem nome,que tambem sob o manto da noite se esquiva,sob o signo do negro,do nao reconhecimento,do incógnito.Nao queremos ser reconhecidos,terao dito os dois entre um riso adolescente,eufórico,nervoso.
A noite está fria,mas as emoçoes a quente.
Só faltou mesmo dançar,pois até guitarra ele dedilhou para ela,aquela música que ela adora,e cantou,numa voz doce,meiga,repleta de sensualidade,baixa,sob o signo do incógnito.Nao queremos que nos oiçam,terá dito.Nao tem importancia,nada disso importa,vale pela cumplicidade,pelo desejar e ser desejado,do momento,que de momentos é feita a vida e só.
Quando raiar o dia nao haverá nevoeiro,será claro,ela estará já em casa,sob o signo do reconhecimento,da segurança,do parecer ser.Nela ficou apenas a sensaçao de satisfaçao,aliada á vontade de repetir algo proibido,novo,bom.Encontro furtivo,repleto de tantas coisas que ela própria teima em condenar á luz do dia.O acto em si de dar e receber.Tanta ternura,carinho nao podem ser tao condenáveis assim.Nao,nao é amor,nunca o foi nem será nem em pensamento!Mas ela chega a ter duvidas se numa relaçao de amor algum dia teve tanta ternura,tao poucas palavras e ao mesmo tempo nao haver necessidade delas,num entendimento suave,sem pressas,pressoes,expectativas.O toque de maos,de corpos,de linguas.A mistura de odores,de fluidos de emoçoes.O esvair-se da consciencia,essa que tudo controla e critica,entregar-se,dar e receber com toques de uma suavidade,dada pela experiencia,nunca vista nem vivida por ela.
No fim do acto,a mesma ternura,carinho,o continuar das caricias que mesmo sem amor,só na vontade da satisfaçao de dar e receber,lhe parecem coisa nunca vista ou pensada.Ela chega feliz.A transgressao foi muito satisfatoria.Nao há consciencia que lhe valha ou que a recrimine.Ela nao se sente nem um nadinha criminosa,pecadora.Sente-se feliz pela experiencia vivida,um momento de prazer a todos os niveis.O seu ego cresceu até.
Mas o dia começa a raiar,o manto de nevoeiro vai-se dissipando,chega a hora do adeus.Nao se beijaram pela ultima vez,ainda sob o signo do incógnito,mas o beijo foi imaginado,sentido até,quando ele a deixou perto de casa na madrugada,sob o manto de nevoeiro.

2 comentários:

神龍 disse...

lol isto soa tanto a "blind date" (traduzido à letra: enkontro às cegas)
axei mto bonito^^ uma mistura d carência afektiva e sexual kom vida dupla, kom poesia, kom simplicidade, e outras pekenas koisas k tornam este texto maior do k ele já é^^
simplesment adorei^^
dizias k eu tinha jeito pa xkrever mas olha k tu tb tens imenso jeito ;)

jinho grandão,
shin^^

神龍 disse...

o k mais gostei foi o desejo de prazer e felicidade (ainda k temporários) aliados a uma prosa poétika mto sensual e deliciosa^^