terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dois anos

Quase dois anos passaram desde o telefonema.
Tanta coisa se passou,tantas vidas se fizeram e se desfizeram,tantas lágrimas,tantos sorrisos.
Quase como que num ritual certos gestos repetem-se ,certas palavras,certos lugares.
O amor que muitos pensavam ser uma mera paixão,uma novidade,um reviver do passado,sexo,a coisa proíbida afinal mostrou ser muito mais que isso.Uma coisa profunda,um laço bem apertado,uma força maior que por vezes nos faz pensar duas vezes.
O prazo está a expirar,o fim do ano aproxima-se...
Sabes que de lá não haverá decisão alguma pois nem se põe a hipotese de tal.Dois anos.Nem dois anos lhe fizeram entender que não há volta a dar.Tens de ser tu e bem sabes.Por mais que isso te custe,por mais que te vá custar.
Dizes que tens pena da nina,mas o rapaz vai á procura da felicidade dele,sem se prender com seja quem for.Sei que tu não quebrarás os laços com o nino e consequentemente com a mãe dele.Tão pouco eu quero,quero sim que sejas livre para assumires o amor,para me assumires.Laços entre pais e filhos são para a eternidade,tudo o resto não o é.Serão sempre nossos filhos e os veículos de comunicação entre nós e eles são os pais/mães,mas a felicidade exige sacrificios e em final de ano vais tu ter de fazer alguns.É preciso coragem,força,acreditar no amor.Imaginar aquela fogueira crepitante,aquele vinho rosé,a lasanha,o amor louco ofegante...Depois a paz,o carinho,as palavras o resto do vinho.Por fim o soninho,os cobertores...."agasalhem-se bem que está frio..."o respirar calmo,cadenciado até o sol, entrar pelas frestas para nos lembrar que...que...
Neste Natal,neste fim de ano tem a coragem,a força que é preciso para que toda a cena se repita com mais realismo,e de forma a que o sol a entrar pelas frestas não nos faça lembrar que...que... mas que nos faça lembrar simplesmente que estamos vivos,juntos sem reservas,sem nada dever a ninguem,que está simplesmente na hora do pequeno almoço,que está na hora de levantar para ir almoçar com os ninos á casa da mãe,da minha ou da tua.

ILD SCHATZ

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