O rio corre quase furioso,escurecido pelo tempo chuvoso.
Nas suas margens as folhas dao som aos meus passos.
Ouço o barulho dos corvos que voam sobre as nuvens despidas de côr.
Uma camera nao captaria tamanha beleza que meus olhos vêem.
Tanta furia de aguas,natureza em estado quase selvagem,carvalhos,salgueiros,mimosas,folhas mortas,carreiros de animais selvagens que preferem caminhar sozinhos como eu.
Sinto-me pequena,e ao mesmo tempo,sinto-me em paz comigo,com o resto do mundo.
Poucos lugares me deixam assim,sossegada,com o coraçao aquietado.
Olho mais uma vez em volta,como que a absorver os cheiros,as cores,os sons,a paz que preciso conservar na alma a todo o custo.
Reabasteço-me de energias que só eu entendo.
Vou subindo o caminho de folhas mortas,e vou vislumbrando a pequena aldeia que me viu crescer.
Olho as terras de cultivo,os canastros,as alminhas,as arvores de fruto,as levadas os ribeiros.
Começo a ver os telhados das casas de pedra,as chaminés fumegantes,lembro os fumeiros,o pao a sair do forno,o seu cheiro.
Vou subindo sabendo que encontrarei uma ou outra pessoa idosa,que me fará uma enorme festa,que me dará dois beijos daqueles bem repenicados na face,que me perguntará como estou,dizendo que estou muito bem,á espera que eu diga que ela está cada vez melhor,como o vinho do porto.
Lembranças de uma ou outra história,saudades.
Voltar ás origens.
Reabastecer para continuar vivendo.
Só o meu intimo sabe o quanto me faz bem,reabastecer neste dia de Inverno,frio,mas sinto já um calorzinho que me vai inundando a alma.
Essa tocha de calor chama-se tranquilidade.
E vou subindo...
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