domingo, 17 de dezembro de 2017

Chuva/abraços

É da chuva,disse o tio.Não não é porque hoje não chove e continuo a sentir-me tão em baixo,com aquela vontade de chorar constante. Fez me bem falar com o tio,aliviou um bocadinho,como sempre desmancho-me toda em prantos,um desfiar de desgraças,de dores,de duvidas.A única certeza que tenho é a de querer um abraço e por um lado ser "errado" e por outro não ter.
Hoje,uma vez mais senti-me diminuída,senti-me menos eu por breves instantes,mas foram só breves,a guerreira viking contra-atacou e fez valer os seus princípios dos quais não abdica mais em prol seja de quem for,quer quer,não quer não come,que se foda o "certinho",o politicamente correcto,a forma como querem que eu reaja.Eu sou eu,única,sou como sou,não tenho idade,paciência,nem tão pouco devo nada a ninguém para ser subserviente.
A minha filha diz-me que eu pareço a madre Teresa em modo psicóloga e que só atraio doidos,e que com isso vou ficando um pouquinho pior.Deve ter razão sei lá,ainda hoje estive a dar apoio moral a mais um dos "pacientes"e sabe -se lá como eu ando!Enfim,fazer o bem também alivia e nos faz sentir pessoas melhores.
Mezzo em terras lusas e com uma lusitana paixão parece que vai criando um pouco de juízo,tenho de acender uma vela a santa Luzia para ver se lhe ilumina os caminhos,pode ser que agora se torne no homem que nunca foi pelo bem da nossa filha que foi a única coisa decente que fez.
Com esperança que amanha seja um dia melhor,vou dormir novamente num abraço,que imagino e recordo,em tantos dias de frio como o de hoje,uns copos de tinto depois.Em mim mando eu,o que penso é só meu,que se foda tudo o resto.

Sem comentários: